Um passarinho aproximou-se voando e soltou um longo pio. Apesar de tudo, quando mais tarde lhe perguntaram sobre o ocorrido, era a única coisa que Edgar conseguiria se lembrar. Os zumbis estavam lá fora, esmurrando e grasnando seu grito uníssono de ódio e violência, mas a sua mente se focara apenas no passarinho, talvez como uma forma de fulga. De alguma forma, sua mão direita engatou a primeira marcha e o pé fez seu trabalho. O carro saiu roncando e escabeceando como um touro, atropelando pessoas em seu caminho, mas o professor não se lembrava de nada disso.
Jonas
disse-lhe que a roda dianteira havia passado por cima de alguém, mas era como
dizer para um bêbado o que ele fizera na noite anterior.
De alguma
forma, o carro se livrou da horda e se afastou.
- Edgar?
Edgar?- perguntou Jonas.
O professor
parece despertar de um sonho, ou de um pesadelo:
- Sim?
- Como
estamos de gasolina?
Edgar olhou
o ponteiro. Tinham um terço de combustível.
- Você
deixou a mangueira derramando. – disse o rapaz lá atrás.
- Quem é
esse?
- Meu nome é
Alan.
- Você nos
colocou em apuros lá atrás.
- Eu sei. –
respondeu o rapaz, encolhendo-se no banco. Mas eu não queria correr o risco de
perder vocês.
- Melhor não
fazer isso de novo. Ou da próxima vez você não estará dentro do carro...
Nenhum comentário:
Postar um comentário