- Sabe, eu
não suporto som alto. – disse Alan quando entraram no prédio. Eu moro com mais
dois amigos da faculdade e durmo com tampões no ouvido. Também fiz um
isolamento acústico improvisado, com caixas de ovos, no meu quarto.
Estavam
entrando no prédio. Edgar ia na frente, a garotinha segurando em sua mão.
Gostaria de ter algo na outra mão, talvez um porrete, para não se sentir tão
desprotegido. Depois dele vinha Jonas e lá atrás o garoto, falando e falando e
falando.
- Quando eu
acordei de manhã, a casa tinha virado um inferno. Eu pensei: cara, o que esses
caras tomaram ontem à noite? Então saí e vi que não tinha ninguém na rua...
- Quieto! –
ordenou Jonas, o dedo na boca, em sinal de silêncio.
Era uma
situação delicada. Não havia nenhum zumbi na entrada, mas teriam que subir as
escadas e poderiam ficar encurralados ali.