A multidão
ficou ali por algum tempo, dividindo o que restava da mulher, depois voltou a
se colocar em marcha, ao passo arrastado àquele som irritante e monótono.
Deixou atrás de si pouca coisa: um sapato, pedaços de roupas, tufos de cabelo,
nada mais que isso.
O homem negro
fez um gesto para Edgar, indicando que ficasse onde estava, e se levantou.
Cauteloso, foi andando até a porta do mercado e olhou para fora.
- Foram
embora! – disse, retornando.
- O que foi
aquilo? Aquelas pessoas, aquelas pessoas comeram a mulher...
O outro
franziu o cenho:
- Você não
viu nada do que aconteceu esta noite?
- Eu dormi
cedo. Estava cansado do trabalho. E meu quarto tem isolamento acústico.
- Talvez
tenha sido sorte. Eu vi coisas piores que isso. Sabe-se lá o que essa garotinha
viu! – disse, apontando para a menina ainda apertada ao peito de Edgar.
O outro
estendeu-lhe a mão.
- As
circunstâncias não são as melhores, mas meu nome é Jonas.
- Eu sou
Edgar. O que é isso? O que está acontecendo? Que pessoas são aquelas?
O outro
suspirou:
- Vou tentar
começar do início.
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