Era rapaz de não mais de 17 anos. Tinha cabelos negros e compridos, pouco abaixo dos ombros. Usavam uma camisa preta de banda de rock e calças jeans. Tinha perdido o tênis all star de um dos pés, parecia não se preocupar com isso. Andava de uma maneira estranha, que seria engraçada em outra situação: mantinha os braços junto ao corpo, a cabeça balançando levemente, os cabelos indo e vindo, como se estivesse num show.
Ela parou na
entrada, como um cachorro que fareja o ar, mas na verdade buscava algum som.
Edgar rezou para que a menina não chorasse.
Uma
embalagem de pilhas desabou da gôndola caída, chamando sua atenção. Ele andou
lentamente até ela: agora, ao movimento de vai de vai acrescentara outro: um
girar de um lado para o outro, como uma câmera de vigilância.
Após um
momento de indecisão, ele avançou pelo corredor no fim do qual estavam Edgar e
Sofia.
Edgar fechou
os olhos e rezou.
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