segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O uivo da Górgona - parte 11



A menina voltou a fazer gestos.
- Ela está apontando para o caderno em cima do balcão. – alertou Edgar.
- Deve estar querendo escrever algo. Vou pegar o caderno e a caneta.
Edgar lamentava não ter aprendido linguagem de surdos e mudos. Esse tinha sido oferecido aos professores na universidade e ele deixara para outro momento. Talvez agora fosse tarde demais.
Jonas voltou com o caderno e a caneta e entregou para a menina. Ela escreveu nele e entregou e mostrou aos dois:
“Meu nome é Sofia”
Depois voltou a escrever:
“Eles vão voltar”
- Ela tem razão. – concordou Edgar. Não podemos ficar escondidos aqui para sempre. Precisamos tentar contato com outras pessoas, descobrir se isso aconteceu em toda a cidade.
- Não consegui sintonizar nenhuma estação no rádio. Estão todas fora do ar. A televisão também não funciona.
- Tentou ligar par alguém?
- Meu celular descarregou e não tenho fixo.
Edgar sabia que seu celular estaria com bateria. Sempre o desligava antes de dormir. Começara a fazer isso depois que um aluno lhe ligou a uma da manhã para fazer uma pergunta sobre um trabalho. Além disso, tinha o telefone fixo.
- Precisamos ir para minha casa. Tenho telefone lá. Moro aqui perto.
Saíram em fila indiana, um atrás do outro, por entre as prateleiras.
- Oh, não! – disse Jonas, estancando. Voltem, rápido!

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