terça-feira, 21 de abril de 2015

O UIVO DA GÓRGONA - PARTE 21




Edgar ficou ali, parado, ouvindo o som da linha. Esperara tanto por aquele momento, pela oportunidade para falar com alguém e agora não sabia para quem ligar. Nenhum número lhe vinha à mente, como se qualquer informação a esse respeito tivesse sido apagada.
Então ele ouviu um barulho de vidro quebrado. Por alguma razão esse som o arrepiou. Imagens de sua mulher e sua filha vieram para ele como flashes. A filha lhe estendia a mão, a última vez que ele a vira, os vidros quebrados, estilhaçados, e ela estendendo as mãos e chorando.
O telefone ficou lá, um eco contínuo de cacofonia pendurado no gancho, balançando em espirais, enquanto ele corria para a cozinha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário