quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O UIVO DA GÓRGONA PARTE 13


Era rapaz de não mais de 17 anos. Tinha cabelos negros e compridos, pouco abaixo dos ombros. Usavam uma camisa preta de banda de rock e calças jeans. Tinha perdido o tênis all star de um dos pés, parecia não se preocupar com isso. Andava de uma maneira estranha, que seria engraçada em outra situação: mantinha os braços junto ao corpo, a cabeça balançando levemente, os cabelos indo e vindo, como se estivesse num show.
Ela parou na entrada, como um cachorro que fareja o ar, mas na verdade buscava algum som. Edgar rezou para que a menina não chorasse.
Uma embalagem de pilhas desabou da gôndola caída, chamando sua atenção. Ele andou lentamente até ela: agora, ao movimento de vai de vai acrescentara outro: um girar de um lado para o outro, como uma câmera de vigilância.
Após um momento de indecisão, ele avançou pelo corredor no fim do qual estavam Edgar e Sofia.
Edgar fechou os olhos e rezou.

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